30/10/2017 às 21:58 Pensamentos soltos

Afinal, que é isso de Queria ser uma Mosquinha?

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7min de leitura

Há um ano e meio tive meu primeiro contato "consciente"  com a fotografia documental de família. Deixa tentar te explicar o porquê desse "consciente": quem já acompanha o que faço sabe que sempre gostei de fazer meus registros com o mínimo de interferência possível nas cenas que estou fotografando.  Para mim, este sempre foi o estilo de fotografia mais lindo e verdadeiro para se contar boas histórias. Mas eu nunca tinha pensado em aplicá-lo aos registros do cotidiano da vida. 

E aí, no Congresso Fotografar em 2016, no dia dedicado só à fotografia de família,  uma nova possibilidade se abriu à minha frente. Era a apresentação do registro de um dia na vida de uma fotógrafa, seu marido e a filhinha de quase 2 aninhos. As brincadeiras em casa, o toque, o abraço, o sono no meio da tarde, o choro, os sorrisos, a vida, feitos pelo fotógrafo que estava palestrando no palco, Renato dPaula. Ele fez sua apresentação e, ao final de toda a explicação "por favor, peço que desliguem as câmeras dos seus celulares, porque esse trabalho é inédito, ainda não foi postado, queria mostrar a vocês em primeira mão".  Chorei, claro. Registros maravilhosos que eu adoraria ter da minha vida. Ao final, disse para nós "façam fotografia documental das famílias". Pausa nessa história, para te contar da minha vida.

Quando eu era pequena, certo dia, um fotógrafo bateu na porta da nossa casa. Se ofereceu para fazer fotos minhas. No dia combinado eu estava arrumadinha, cabelo preso, a melhor roupa. Fotos posadas ao telefone, sentada à mesa, sempre olhando pra câmera e sempre com aquele sorriso em resposta à direção "agora um sorriso". O sorriso mais amarelo da vida! rsrsrsrs... Meus pais não estão nas fotos. Nem me lembro que dia da semana era. Alguns dias depois, voltou com as fotos reveladas e minha mãe comprou várias delas- e estão lá na casa dela, por sinal. Pra te falar bem a verdade, gosto mais das fotos que ela e meu pai faziam com uma Olympus que a gente tinha. Eu e meu irmão brincando na varanda de casa. Meu irmão fazendo birra. Nossos cachorrinhos, minha gatinha Mônica comigo- foi minha parceirinha de vida dos meus 4 anos até os meus 21 anos. Nos dias de festa era sempre um tal de ligar pra tia Vera e pra pedir o flash  emprestado, porque o filme ASA 100 era incapaz de registrar as imagens sem aquele help  básico do flash da tia. Não, eles não eram fotógrafos. Eles tinham uma câmera e fotografavam a gente como dava. Sim, amo as fotos. Quando era pequena sempre pedia para vê-las. E lá vinha minha mãe, com uma caixa de papelão, cheia de álbuns de folhas plásticas, daqueles que a gente ganhava nas lojas de foto, onde mandávamos revelar os filmes. 

A intenção do fotógrafo foi bacana, mas naquelas fotos falta a verdade e o movimento que eu gosto de ver. As fotos falam mais com meus pais, que olham minha foto, de quando era pequena, e sentem saudade. Eu sinto saudade é do colo da minha mãe, mexendo no meu cabelo, assistindo Tela Quente, depois de tomar aquele leite com café quentinho, no frio. Sinto saudade é do calorzinho dos pijamas  de flanela que ela criava e costurava pra nós. Saudade dos domingos de verão, em que meu pai acordava a gente bem cedo, para ir pro Rádio Clube Campo  e pegar cadeira de sol, antes que o clube lotasse. Saudade das aventuras de bicicleta com ele, por umas estradinhas de chão aos arredores do nosso bairro. Saudade de andar de patins no estacionamento do Parque das Nações Indígenas, enquanto o parque ainda nem tinha sido inaugurado. Saudade de comer pastel do San, na feirinha do Coopharádio, sentada num engradado de Coca-Cola.

Já passei dos 30, o Rádio Clube Campo ainda existe, mas não temos mais o título. As estradinhas de chão viraram avenidas bem das perigosas, em que crianças não podem nem sonhar em passar perto de bicicleta. Não assisto mais Tela Quente- mas o leite com café ainda tomo. Meu irmão foi embora, tem a família e a vida dele um pouco distante daqui. 

Enfim, o tempo passa. As lembranças boas ficam no coração. Se pudessem ter sido registradas, eu teria cópias delas nas minhas paredes lá de casa- o colo da minha mãe, nossas aventuras de bicicleta, os dias de sol no Rádio Clube... Minha infância foi muito rica de amor, de brincadeiras e de boas histórias pra contar.

Assistindo àquela apresentação em 2016, estalou aqui dentro um "é isso! É assim que quero! É assim que vai ser". Mas ele faz registros documentais por um dia todo na vida das pessoas. Eu ainda não tinha (e não tenho) condições, porque muitos de vocês sabem que eu ainda não trabalho só com fotografia. Minha semana tem também um emprego fixo, a que me dedico paralelamente a esse universo apaixonante da fotografia. Então, me limitei e coloquei o desejo na gaveta. Só que tem coisas que, por mais que a gente  tente apagar, não apagam, insistem em ficar martelando na mente. São ideias que sempre passam por nós outra vez, como se estivessem nos dando mais uma chance.

Em julho deste ano, com a vinda do meu sobrinho, fiz um pequeno registro documental dos 10 dias em que ele esteve aqui conosco. Fiz um post aqui no blog e uma amiga mandou uma mensagem no meu celular "Mari, vi as fotos do seu sobrinho. Adorei a ideia! Por que você não faz isso para outras pessoas também? Monta a sua versão. Mas não deixa a ideia esfriar, porque ideia é algo que surge pra um monte de gente ao mesmo tempo  e é de quem pega primeiro". No mesmo dia, já me veio o "como fazer". Paulo chegou com o nome "Queria ser uma Mosquinha". Em um dia já estávamos com tudo em mãos.  

Só faltava quem topasse ter fotógrafos dentro da sua casa pra registrar sua vida cotidiana, afinal de contas, o nome é bonitinho, mas não somos mosquinhas, temos 1,70m e 1,80m de altura, nossas câmeras são trambolhudas e fazem aquele barulhinho característico....  (mas te juro que, umas duas horas depois, você já nem vai se lembrar do nosso tamanho, nem de quem somos, nem das câmeras srsrsrs... Confia!)

Belo dia recebi uma mensagem  no direct do meu Instagram. Era a Dani dizendo que achou meu trabalho por conta de uma foto da festa de aniversário do Bento e do Benício Pediu um orçamento de ensaio, porque queria registrar de alguma forma, os 8 meses do Arthur. Marcamos um dia para conversar e vi neles a abertura que eu precisava. Dani queria um ensaio lifestyle. Propus um mix lifestyle+documental, para que ela pudesse ter as fotos que desejava e eu, as minhas. No fim, queríamos todas, acho que queríamos a mesma coisa. Sintonia. E eles toparam! 

Já posso te adiantar a mensagem linda que recebi da Dani, no dia em que mandei 5 fotos só pra ela ter uma noção do que vem pela frente, e que me emocionou quando li:

" esse trabalho, o trabalho de vocês, é lindo demais!! Às vezes, a gente entra

numa rotina tão corrida, que deixamos de valorizar momentos assim... e

o seu trabalho me fez perceber o quanto devo ser grata a Deus por ter me

dado essa família tão lindinha e abençoada! Muito obrigada mesmo

por essa oportunidade! Encheu meu coração de

mais amor e gratidão". 

Enfim, Queria ser uma Mosquinha é um registro documental de tudo aquilo que você quer guardar em forma de fotos. É a nossa versão para este tipo de fotografia de família, que carrega tanta riqueza de vida. É o registro das coisas acontecendo sem direção e como se não estivéssemos ali. Se gostou da ideia, vê se te sintoniza conosco também: 

Para quem é Queria ser uma Mosquinha? Para quem gosta muito de fotografia, porque somos duas "mosconas" e vamos passar um bom tempo do seu dia por aí, sobrevoando o seu território. 

Quanto tempo dura? Temos algumas propostas de períodos disponíveis. Para saber mais, preencha seus dados aquie te explico certinho. 

"Mari, nossas atividades são mais intensas durante a manhã e cheia de coisas que gostaríamos que nossos filhos se lembrassem no futuro". Então, vamos passar essas horas da manhã com vocês. pra registrar tudo.

"Mari, pode ser em período de férias? As férias escolares aqui em casa são uma aventura". Opa, falou em aventura? Chama a gente! 

"Mari, temos atividades muuuuuito bacanas de manhã e de tarde, vocês podem ficar todo esse tempo conosco?". Sim, podemos, claro! Vai render registros inesquecíveis e vontade de parar no tempo.

"Mari, quanto custa?"  Bom, seria bom demais fazer isso só porque gostamos pra caramba de fotografar, mas paixão ninguém aceita como pagamento para as contas que chegam todo mês, de água, luz, aluguel, telefone, o pão-de-queijo com café do Café do Ponto que a gente adora.... Tem um custo, mas temos a certeza de que o valor de tudo isso é muito maior do que o dinheiro que paga as nossas contas.  A partir de 01/11 pode pedir orçamento, sem medo. 

Vem! Deixa a gente fotografar a sua verdade também. Novembro já chega e teremos sempre duas datas disponíveis por mês, para estar com você. Porque o dia-a-dia da vida é tão lindo quanto os dias de festa, mesmo com todas as dificuldades, com noites de sono mal dormidas, com birras, com dentes nascendo, com joelho ralado do tombo da bike, com inalação, com parede pintada de giz, com lista de mercado, com casa em reforma... É vida, é o que acontece todo santo dia bem debaixo do nosso nariz, é tudo o que a gente constrói todo dia com um pouquinho, é a nossa jornada. Só nossa e de mais ninguém. 

30 Out 2017

Afinal, que é isso de Queria ser uma Mosquinha?

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